Arquivo mensais:julho 2023

Whitehorse, Yukon, Canada.

Diário de bordo

Whitehorse, Yukon, Canada.

  • Nelson Muniz Barretto
  • 22/jul/2023

Já chegamos a Whitehorse.

Paisagens deslumbrantes pelo caminho e estradas muito boas onde encontramos alguns esquilos, corvos e dois ursos pretos. Eram pequenos e atravessavam estrada quando passamos. Tivemos mais sorte do que um motociclista americano que encontramos. Ele foi atacado pelo urso que entortou a pedaleira do garupa e danificou um pouco a mala lateral da moto. Sua pronta reação o salvou.

Temos rodado muitos quilómetros e até agora o trecho mais longo foi entre Smithers e Watson Lake num total de 852 km.

Hoje foi um dia de folga , com direito a passear pela cidade e visitar o lindo museu. Amanhã vamos para Dawson City onde pegaremos uma estrada conhecida como o Topo do Mundo. 

Idaho Falls

EUA

Idaho Falls

  • Nelson Muniz Barretto
  • 10/jul/2023

Visitando queridos amigos.

Foi uma alegria chegar a Idaho Falls e poder reencontrar o Mike e a Debie.

Estar com eles é uma alegria e nos levaram a conhecer a cidade toda e também o Parque Nacional de Yellowstone que é maravilhoso.

Pena que o tempo foi curto pois gostaríamos de passar mais tempo com essa linda família , mas tínhamos que chegar a Calgary no Canadá, antes das primeira nevadas. No caminho há um trecho onde ventos muito fortes são comuns e esses ventos chegam a tombar caminhões enormes. A região é plana e desabrigada e temíamos que esses ventos nos apanhassem de surpresa.

Não fosse isso, certamente teríamos ficado um pouco mais.

Obrigado por tudo Mike e Debie. Esperamos vê-los logo.

Amarillo, Texas

Diário de bordo

Amarillo, Texas

  • Nelson Muniz Barretto
  • 08/jul/2023

Amarillo, Texas.

Depois de uma longa jornada chegamos a Amarillo e fomos diretamente para a casa dos amigos Ty and Cortney. Eles moram em uma linda casa e nos receberam maravilhosamente num fantástico galpão que ele chama de Men´s Cave. Lá ele tem sua oficina e se dedica a fabricar peças em ferro como passatempo.

Conhecemos o casal em uma viagem anterior no Panamá e daí recebi o convite de uma vez em viagem ao Alasca, visitá-los.

Foram dias intensos de muita conversa, muitas risadas, cervejas e um belo churrasco texano.

Como eu,  o Ty é piloto e apaixonado por aviões e nos proporcionou um maravilhoso vôo pelo Gran Canyon Texas que é um desfiladeiro imenso,  o segundo maior em extensão nos EUA. 

Obrigado pela acolhida maravilhosa e até qualquer dia.

O segundo acidente

Imprevistos

O segundo acidente

  • Nelson Muniz Barretto
  • 07/jul/2023

Passear pelas ruas de Antigua na Guatemala, é como voltar ao passado, pois a arquitetura colonial espanhola está presente e bem conservada. O calçamento das ruas é de pedra e há lugares interessantes por toda parte.

Com um belo dia de sol caminhei sem pressa e procurei um hotel visto na noite anterior que prometia  para o café da manhã, um mingau de aveia da vovó. Do alto do terraço onde serviam o café ,se avistava grande parte da cidade e à sua volta os morros imponentes com alguns vulcões. Seria sem dúvida uma despedida maravilhosa daquele país que tão bem me acolheu e encantou. O destino nesse dia seria o México, deixando  Antigua e mais um país para trás e um novo continente para ser descoberto. Dia de passar mais uma fronteira o que significava não ter pressa pois tudo pode acontecer e assim pensando, desfrutei daquele mingau maravilhoso e peguei a estrada rumo à  Quetzaltenango. Nem bem começou a viagem e me encontrei em um entroncamento onda o GPS indicava que deveria cruzar a pista dupla  e  seguir na pista contrária à esquerda. Cruzamento precário mas com muitas marcas de pneus que indicavam que era o correto a ser feito. Nenhuma placa que dizia o contrário e assim , com muito cuidado, esperei que não viesse nenhum veículo do meu lado e depois de um ônibus na pista oposta avancei. Já estava do outro lado quando senti um forte impacto. Fui arremessado para o alto e cai no meio da pista. Entendi que meu sonho se acabava naquele momento e percebi que também minha vida  corria risco, pois estava no meio de uma pista de grande movimento. Apesar das dores consegui levantar-me e rapidamente cheguei ao que deveria ser o acostamento. Minha moto destruída e também o carro que me atropelou. Indignado dirigi-me à motorista que ainda estava dentro do carro e perguntei.”Você queria matar-me?”.

Logo mais começaram a chegar muitas pessoas e um senhor  de nome Carlos sugerir que eu recolhesse minha bagagem espalhada pela pista e a guardasse em sua casa que era exatamente em frente ao local do acidente. Logo chegou a polícia e um policial que viu eu guardar minhas coisas na casa do senhor Carlos disse que eu não podia entrar em sua casa e disse que ele seria cúmplice de um crime  por permitir que eu entrasse em sua casa. 

Sem perguntar como eu estava, pediu meus documentos e disse que eu seria preso pois havia uma vítima. Expliquei que eu também era uma vítima e que nada indicava que eu tivesse cometido alguma infração. Eles começaram a fazer perguntas como nome dos pais, endereço e demais coisas sem importância naquele momento e eu insistia que chamassem uma ambulância pois sentia muitas dores e temia uma hemorragia interna. Naquele momento eu não sabia, mas tinha três dedos quebrados e o ligamento do joelho parcialmente rompido.

Pediu meu passaporte para anotar os dados e disse que ficaria com ele. 

Foi aí que me dei conta de tudo o que poderia acontecer comigo num país estrangeiro com passaporte confiscado e com uma outra vítima da qual não sabia o estado em que se encontrava. 

Estava claro que deveria reaver meu passaporte e aproveitei a oportunidade quando eles começaram a manusear meu passaporte  e vários documentos começaram a cair no chão.. Expliquei que havia vários documentos  na capa  do passaporte e tomei o passaporte de suas mãos.

Disse que o passaporte ficaria comigo pois  como estrangeiro deveria estar em minha posse e se insistissem chamaria a embaixada de  meu país para denunciar o abuso. 

Eu insistia que me levassem a um hospital e para minha sorte uma jovem bombeira me afastou do local e me levou para uma ambulância que ali chegara. Fomos, a motorista, sua irmã e eu para um posto de saúde bastante precário onde tomaram minha pressão e um raio x do pulmão e me liberaram. Consegui conversar com o cunhado da motorista e combinamos que cada um arcaria com seu prejuízo e ainda cheio da dúvidas a respeito de minhas condições de saúde fomos para a delegacia para tentar liberar o carro e a moto. Tivemos que contratar um advogado para redigir um documento que protegesse a ambos do ponto de vista jurídico com relação ao acidente. Apesar de toda a confusão, percebi que aquelas pessoas era boas e que estavam igualmente assustadas. Paola a motorista, era a mais fragilizada e falava pouco. Saímos da delegacia ao final da tarde e fomos comer qualquer coisa pois  estávamos famintos. Lá estava eu com toda a família e desde esse dia nos tornamos muito amigos. No dia seguinte me levaram juntamente com a moto para a Cidade da Guatemala, onde deixei a moto para arrumar. Voltei ao Brasil para cuidar de meus ferimentos e mantive com essa família um contato próximo e frequente. Voltei depois de dois meses à Guatemala mas dessa vez com a Lena e a Stefanie e visitamos o país por 15 dias. Depois disso Lena e eu seguimos para o México com a certeza de que havíamos feito novos queridos amigos. Vale contar que eles vieram ao Brasil  este ano, por insistência minha e passamos maravilhosos dias juntos. 

Sempre brinco com a Paola, a motorista dizendo que por culpa dela é que essa amizade começou. Sua irmã Fabíola e seu cunhado Eric são amigos próximos e queridos que espero conservar por toda a vida.