O Projeto

O Projeto

Este projeto nasceu há tanto tempo que nem sei quando.

Surgiu da necessidade de contentar minha alma  cigana

Alma libertária.

Foram muitas  tentativas  de conhecer o mundo por mar, ar e terra e cada viagem serviu  para aumentar. a vontade de conhecer ainda mais.

Hoje tenho 66 anos, bastante tempo e uma moto. Isso basta!

Saio rumo ao Alasca sem hora prevista para chegar e muito menos para voltar.

O roteiro é indefinido ainda que tenha como objetivo visitar certos lugares ou melhor todos, o que é impossível.

Tenho lido bastante e cada vez aumenta mais minha curiosidade e a lista dos lugares que pretendo visitar.

Deixarei muitas vezes a escolha, a critério dos habitantes dos países pelos quais passarei pois saberão melhor do que eu dizer o que deve ser visto.

Dessa forma propositalmente desorganizada , estarei  à mercê dos acontecimentos o que me obrigará muitas vezes a percorrer longos caminhos de volta para conhecer uma cachoeira, uma montanha, um povoado, um prato típico ou qualquer outra coisa que justifique o esforço.

“Enquanto tiver pernas e cabeça seguirei viajando” dizia minha mãe que me transmitiu esse bichinho que provoca uma enorme vontade  de correr o mundo.

Por que nome do projeto é why not?

Em muitas línguas germânicas ou latinas  isso é uma afirmação! Por que não? Por qué no? Perché no? Pourquoi pas? Warum nicht? Why not?

É uma pergunta, mas também um desafio.

Não ande de moto! Por que não?

Da mesma forma quando me disserem que devo voltar 800 km para ver uma cachoeira linda a resposta deverá ser, por que não?

Isso significa estar aberto a conhecer coisas não planejadas e viver experiências fascinantes e outras não.

Tudo o que sei é que a moto está pronta e que se conseguir resolver tudo a tempo, saio em janeiro.

Vou sozinho não por opção mas pela falta de companhia. Minha companheira de tantos anos fará trechos da viagem comigo o que será fabuloso para matar minha saudade e poder compartilhar esta experiência extraordinária.

Já estivemos juntos em um veleiro navegando pelas costas do Brasil e também em outras aventuras pelo Caribe com amigos.

Teve a coragem de voar comigo quando ainda era um piloto inexperiente e essa confiança me tornou mais responsável.

Quem melhor para dividir este sonho?

Sei que terei momentos em que a solidão pesa mas creio estar bem preparado.

“Je suis jamais seul, avec ma solitude”, é o título de uma música de George Moustaki. Nunca estou só com minha solidão.

Gostar de estar só ajuda muito e isso aprendi vivendo sozinho, por longos períodos  ao longo de 19 anos em uma fazenda.

A primeira experiência  de deixar tudo pra trás começou aos 20 anos quando com 20 dólares e um violão fui para a Europa. Comecei ali minha aventura, tocando e cantando no metrô de Paris.

Durou um ano essa aventura que mudou minha vida para sempre.

Tudo isso para dizer que não é ruim estar só.

Há dois anos percorri a Patagônia chilena e argentina  praticamente sozinho em 42 dias.

Foi a primeira parte desse projeto Patagônia – Alasca  já realizada sobre o qual já podem ler no blog.