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Nem tudo que balança cai!

Imprevistos

Nem tudo que balança cai!

  • Nelson Muniz Barretto
  • 28/abr/2017

Nem tudo que balança cai!

Ainda bem pois não estaria aqui contando esta história.

Viña del Mar, Chile.

Assim que chegamos, no começo da noite, parei para perguntar a um senhor do carro ao lado, onde poderíamos encontrar um hotel ou pousada para passar a noite.

O moça que estava com ele disse que tinha ali mesmo um apartamento e que poderia alugar.

Meu anjo da guarda é bom mesmo pensei e lá fomos contentes para nosso apartamento em frente ao mar, no melhor ponto da cidade.

Essas surpresas é que tornam as viagens inesquecíveis mas haveria outra surpresa.

No dia seguinte depois do jantar fomos para o apartamento e Lena se queixou de dor nas costas.

Viajar de moto provoca esse tipo de problema e resolvi fazer  nela uma massagem. Ela se queixou de que a massagem estava muito forte e até a cama  estava tremendo. Em seguida não apenas a cama tremia.

O espelho balançava na parede e  também os quadros. As portas dos armários se abriram e algumas taças caíram. O espelho do banheiro foi ao chão.

Foi difícil ficar de pé mas rapidamente pusemos uma roupa e descemos pelas escadas os 14 andares.

Lá no saguão outros moradores esperavam notícias se deveríamos ou não deixar o local pois depois de tremores podem aparecer ondas enormes e essas podem ser fatais como as de 2010.  O epicentro havia sido na cidade  ao lado, Valparaiso e as notícias eram de um tremor de 5.9 na escala Richter.

Nem terremoto era, apenas um grande tremor de terra.

Voltar para o quarto subindo os 14 andares foi o pior.

Foi tudo tão rápido que nem peguei os documentos ou mesmo uma blusa para o frio

Descobrimos que estamos totalmente despreparados para situações desse tipo. 

Tivemos outro abalo sísmico de maior intensidade  em Santiago, mas apesar de maior, sentimos menos pois estávamos apenas no segundo andar.

Pode não ter sido um abalo forte mas o susto nos abalou.

O dia do censo no Chile.

Imprevistos

O dia do censo no Chile.

  • Nelson Muniz Barretto
  • 28/abr/2017

20170419_160241O dia do censo no Chile.

Pois resolveram fazer o recenseamento, muito importante para o país certamente.

Nesse dia saímos de Frutillar  pela manhã e na primeira parada para abastecimento descobrimos que os postos de gasolina estavam abertos, porém só as bombas de combustível funcionavam.

Nenhum cafezinho pelo caminho e pior, nenhum banheiro. Tivemos que pedir que nos deixassem usar o banheiro do escritório do posto. Depois de algum tempo a fome bateu forte e resolvemos parar e aquecer um daqueles pratos maravilhosos comprados na França , de comida liofilizada,

Desamarra mala, retira mala, abre outra mala e finalmente nosso fogareiro estava pronto para o uso, num quiosque de madeira feito por um vendedor à beira da estrada.

Era a primeira vez que usava o fogareiro, que funciona à gasolina. Abre válvula, fecha válvula, bomba um pouco, abre outra válvula, fósforo a mão e nada.

Devo ter esquecido alguma coisa. Leio o manual, pela décima vez e nada e quando já estava quase desistindo…

Fogo, que beleza!

Durou o suficiente para esquentar minhas esperanças mas não a comida.

Depois de duas horas de tentativas, a torcida, no caso a Lena já estava impaciente.

Sem problema e para isso existe o plano B.  Este era uma comida que se aquece com um combustível que em contato com a água produz calor. Abre mala, acha o pacote, abre o pacote, pegue água , põe no outro saquinho, acrescenta o saquinho e espera, espera e  nada.

Deve ser a data de validade , que não havia. Abre outro pacote de comida, repete tudo e nada.

Nessa hora a torcida, sim ela a Lena, estava furiosa. Jogamos tudo fora , cuidadosamente para não deixar lixo pelo caminho e quando a moto já estava pronta para sair a Lena diz. “Olha , o que é aquela fumacinha?” . Lá estava nosso pacote sem a comida produzindo calor.

Abre mala, pega rapidamente a comida, pegue água e finalmente acabou o calor .

Comemos assim mesmo, um  maravilhoso macarrão frio.

Lições tiradas do episódio.

Sempre se informe antes de viajar.

Teste sempre os componentes de viagem antes de colocar na mala.

Ter plano B pode não ser suficiente.

Reencontro

Reencontro

  • Nelson Muniz Barretto
  • 18/abr/2017

Estava muito ansiosa para rever meu amor.

Saída corrida e meio confusa.

Pela primeira vez levando tanta bagagem de mão…digo, “de  ombro” até o avião.

Pesada a tal da minha malinha minúscula!

Na verdade, coube mais do que eu esperava e com algumas modificações trouxe tudo que precisava.

Vou acabar aprendendo a viajar com pouca bagagem!

Foi uma emoção imensa estar com ele assim tão pertinho de novo! E ver que ele estava inteiro e sem nenhum arranhão!

Agora estamos viajando há 4 dias e ainda não conheci  Santiago pois fomos direto às Termas de Chillan. Foram quase 600 km e confesso que curti muito os primeiros 350km!  Depois disso os pés ficam dormentes…as mãos enrijecem de frio e a gente reza para chegar logo! No dia seguinte chegamos a Frutillar depois de mais uns 600km …nossa pareceu interminável esse pedaço …mas foi muito gostoso encontrar amigos queridos Kristina e Aníbal. Aqui passeamos bastante… tudo de carro ( que bom!!!) Vimos o vulcão Osorno, Saltos de Petrohue , Puerto Octay e Puerto Varas que é puro charme. Mas o mais bucólico e romântico é Frutillar!

Estou encantada com a beleza do Chile!

Agora já estou tomando fôlego para mais 1000km de volta e então teremos mais 2 dias de pura preguiça fazendo turismo e descansando em Valparaiso. 

Frutillar e arredores, Chile

Fotos

Frutillar e arredores, Chile

  • Nelson Muniz Barretto
  • 18/abr/2017
A Lena Chegou!

Diário de bordo

A Lena Chegou!

  • Nelson Muniz Barretto
  • 18/abr/2017

Finalmente a Lena chegou.
Estava ansioso depois de tê-la deixado em Florianópolis
Depois de tanto tempo quanta saudade. Crianças saiam da sala!
Se repararam no mapa verão que estamos em Frutillar, perto de Osorno ao sul, quando devo ir para o norte!
Não foi engano e sim uma decisão de visitar amigos ainda estivessem a quase 1000km de distância.
Valeu a pena pois são pessoas queridas e o lugar é maravilhoso.
Neste lado do Chile ocorreu uma imigração alemã quase 10 anos após a que ocorreu no Brasil e as casas guardam o estilo das construções alemãs e igualmente a comida.
Visitamos o vulcão Osorno com seus 2650m de altitude. Quando estive aqui há quase 4 anos havia tanta neblina que foi impossível vê-lo, mas hoje o dia estava especialmente lindo e pudemos observar de perto sua majestosidade.
Visitamos as quedas de Petrohue, Puerto Octay, Puerto Varas e acabados dando a volta no lago Llanquihue que é imenso e magnífico.
Amanhã um pouco de descanso, pois em seguida uma longa viagem nos espera rumo a Santiago, Viña del Mar, e Valparaiso. Tentaremos visitar a Isla Negra onde vivia o grande poeta Pablo Neruda.

Enfim cheguei ao Chile

Diário de bordo

Enfim cheguei ao Chile

  • Nelson Muniz Barretto
  • 14/abr/2017

IMG_3992 IMG_3983 IMG_3991 IMG_3989 IMG_3987 IMG_3985IMG_3993 Valeu a pena visitar o parque de Ischigualasto. A região é linda e as formações são mesmo únicas.

Ischigualasto significa terra sem vida terra morta. Região árida mas interessante e a visita guiada que leva três horas valeu a pena.

A demora entretanto fez com que eu tivesse que apressar o passo e depois de abastecer em Las Flores às 17:00h descobri que o posto de fronteira fechava justamente naquele horário. Corri como louco e cheguei às 17:03h e lógico, disseram que já estava fechado. Devo ter feito uma cara  de decepção tão grande que a policial sentiu pena e depois das formalidades me deixou passar. entre esse posto na Argentina e o do Chile temos ao redor de 150 km. A estrada que estava boa nos primeiros 30km se transformaram em cascalho e depois em cascalho solto, sem nenhuma trilha e com costela de vaca . O caminho foi duro e quase caí umas 4 vezes. Subida íngreme , curvas fechadíssimas e cascalho solto, uma perfeita combinação para um desastre. Fora o fato de que atingi 4.800m de altitude e já logo chegou a noite. Acabei chegando no posto de alfândega depois das 9 da noite. Logo após bela estrada de asfalto e um caminho livre rumo a La Serena.

Cheguei por volta das 23:30h com fome. O restaurante ali perto estava fechado e acabei tendo que comer um dos pratos de comida liofilizada que carrego para as emergências.

Aprendi alguma lições com esse extenuante dia. Ainda que quisesse chegar ao Chile por aquele caminho corri riscos desnecessários e devo evitar situações parecidas. Devo trocar urgentemente os pneus da moto pois os atuais lisos, não servem para esse tipo de piso.

No dia seguinte voltei pela mesma estrada para visitar o vale do rio Elqui que é muito lindo.

Como prometido hoje vou publicar algumas fotos.

Traduzido Pelo Mike Holden

It was worth visiting the park of Ischigualasto. The region is beautiful and the formations are really unique.

Ischigualasto means dead land dead land. Arid but interesting region and the guided tour which takes three hours was well worth it.

The delay however made me have to hurry up and after refueling in Las Flores at 17:00 I discovered that the border post closed at precisely that time. I ran like crazy and I arrived at 17: 03h and of course, they said it was already closed. I must have made a face of disappointment so great that the police officer felt sorry and after the formalities let me through. Between this station in Argentina and the one in Chile we have around 150 km. The road that was good for the first 30km turned into gravel and then into loose gravel, with no footpath and cow ribs. The road was rough and I almost fell 4 times. Steep climb, tight turns and loose gravel, a perfect match for a disaster. Apart from the fact that I reached 4,800m altitude and it was night. I ended up arriving at the customs post after 9 a.m. Just after beautiful asphalt road and a free path to La Serena.

I arrived around 11:30 p.m. hungry. The restaurant nearby was closed and I ended up having to eat one of the freeze-dried food dishes I carry for emergencies.

I learned some lessons from that strenuous day. Even if I wanted to get to Chile that way, I took unnecessary risks and I should avoid similar situations. I must urgently change the tires of the motorcycle because the current ones are not suitable for this type of floor.

The next day I returned by the same road to visit the valley of the river Elqui that is very beautiful.

As promised today I will post some photos.

 

Diário de bordo

A caminho do “Paso de Agua Negra”

  • Nelson Muniz Barretto
  • 10/abr/2017

Depois de uma breve parada em Córdova segui para Capilla del Monte parando no aeródromo de La Cumbre para comer, por indicação de um piloto que conheci na estrada. Na chegada levei um belo tombo sem consequências para a moto ou para mim a não ser ficar coberto de lama.

Continuei para Capilla del Monte e perto de    fui visitar queridos amigos em uma linda fazenda em  Ongamira. Fui recebido com carinho pelo Gustavo e a Vilma e papeamos das oito da noite até uma e meia da madrugada.

Ao sair hoje cedo uma surpresa. A moto estava sem bateria. Isso é altamente preocupante pois estava desligada e obviamente há uma fuga de corrente. Terei que descobrir isso para minha segurança. Por sorte estava na casa de amigos e ele tinha um carregador de bateria.

A jornada não foi longa e a chuva deu uma trégua. Resolvi cruzar os Andes pelo Paso de Agua Negra, que é um caminho de terra mas parece estar bem conservado. Soube hoje que a travessia por Mendoza estava fechada por causa de uma nevasca. Amanhã visito dois parques aqui perto, o Talampaya  com seu desfiladeiro e o Ischigualasco com suas curiosas formações geológicas e sedimentos pertencentes ao período Triássico da era Mesozóica, cerca de 200 milhões de anos e que abrigam grande quantidade de fósseis daquela época.

Quem sabe não encontro um dinossauro!

Agora vou descansar um pouco pois quero estar bem para enfrentar essa travessia que espero seja sem muita neve. A altitude também é outra coisa que me preocupa.